Um Português do Porto mas Penedense de Coração
Visita obrigatória de quem vai a Penedo, o Mercado de Artesanato Mestre Antônio Pedro comercializa artesanato em palha, pedra, couro, casca de coco, madeira, bordado, cerâmica, porcelana, entre outros produtos típicos da região. É administrado por Aurélio Moreira da Silva, um português, do Porto, profissional competente e de bom convívio com a comunidade. Aurélio chegou a Penedo, há 38 anos, integrando uma equipe de garçons para trabalhar no Hotel São Francisco, o primeiro hotel de luxo de Alagoas. "Era o melhor do Norte-Nordeste, e o único projetado, já que os que haviam no Recife e em Salvador eram adaptações, aproveitando-se os casarões existentes", recorda ele.
Trazendo na bagagem muita experiência, Aurélio ia ficar em Penedo apenas noventas dias, mas o seu contrato foi prorrogado por mais dois anos. Depois, mudou-se para Johanesburgo, na África do Sul, onde trabalhou como garçom apenas um ano, pois não agüentou passar mais tempo longe da namorada que arranjou em Penedo, com quem mais tarde se casou. De volta à cidade, montou o seu próprio negócio, o Bar Zulu, que durante muitos anos foi o "point" de penedenses e turistas. "O meu estabelecimento era o único da cidade em que o freguês tomava o tradicional cafezinho com xícara esterilizada em estufa", gaba-se. Não faz muito tempo, devido a problemas de saúde, Aurélio afastou-se do negócio e se dedica exclusivamente à administração do Mercado de Artesanato.
No Mercado, Aurélio não pára, está sempre em atividade. É, como se diz na gíria pau-para-toda-obra. Ele, aliás, conta com todo apoio do prefeito Alexandre Toledo, na sua opinião, um conservador e futurista, que vem realizando o relicário barroco e sacro, marca registrada da cidade. "Penedo, na atual gestão, melhorou muito; avançou duas décadas e tem tudo para deslanchar no turismo" enfatiza ele, acrescentando que, com a construção da ponte sobre o rio São Francisco, unindo Porto Real do Colégio (AL) a Propriá (SE), a cidade ficou à margem do grande fluxo de veículos que demandam ao Sul do País, mas não perdeu o encanto, continua linda. Segundo ele, o que é preciso, no momento, para o fortalecimento do turismo penedense é a recuperação, pelo DER, da estrada de acesso ao município e a reativação do aeroporto local, que dispõe de uma pista pavimentada de 1.500 metros, capaz de receber aviões de pequeno e médio portes, bastante utilizados pelas companhia aéreas regionais.